20/05/14
Realismo
O Realismo no Brasil teve seu
início, oficialmente, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás
Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis.
No campo da economia, o Brasil,
na metade do século XIX, ainda mantinha uma estrutura baseada no latifúndio, na
monocultura de exportação com mão-de-obra escrava voltada para o mercado
cafeeiro.
Por volta da década de 1870, no
entanto, as oligarquias agrárias, que até então "davam as cartas" na
economia e na política do país, sofrem pressões internacionais para o
desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil, no sentido de um processo
de modernização que se dá lentamente. Inicialmente, pela proibição do tráfico
negreiro. Com isso cresce a mão-de-obra imigrante, desenvolve-se a indústria
cafeeira no interior do estado de São Paulo e ferrovias são construídas. Ao
longo dos trilhos, concentram-se as fábricas que dão origem à classe média
urbana, que se insatisfaz com a falta de representatividade política.
Essa classe apoia-se no Exército
e aceita a liderança dos cafeicultores paulistas, responsáveis pelos
trabalhadores assalariados no país e defensores de mudanças estruturais, como a
substituição da Monarquia, já desgastada e reacionária, pela República.
A Proclamação se dá em 1889,
porém, a República não atenderia as ambições da classe média e dos militares.
Então, representantes das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais passam a
controlar o Estado brasileiro, por meio de uma aliança entre seus governadores
que ficou conhecida como "Política do café-com-leite".
Principais autores
do realismo no Brasil
Dentre os principais autores do
Realismo no Brasil, estão Raul Pompéia, Visconde de Taunay e o principal deles,
Machado de Assis.
Raul Pompéia: Entre as obras de, O Ateneu é, sobretudo, um
exemplo impressionista na literatura brasileira, também considerada uma obra
Naturalista. Visconde de Taunay destaca-se na literatura regionalista. Sua
obra-prima, Inocência, é transitória entre Romantismo e Realismo.
Machado de Assis: Contribuiu com grandes obras, como a
introdutória do estilo Memórias Póstumas de Brás Cubas, sucedida por Quincas
Borba e Dom Casmurro. As três envolvem adultério e apresentam inúmeros temas
sob uma ótica crítica e irônica, característica do autor. As obras Memórias
Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro destacam-se por serem narradas em primeira
pessoa expondo lembranças do passado, característica incomum no romance
realista. Esaú e Jacó e Memorial de Aires figuram na fase filosófica e madura
do autor, sendo, também, obras realistas.
Naturalismo
É uma escola literária conhecida
por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da
realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo
ambiente e pela hereditariedade. A escola esboçou o que se pode declarar como
os primeiros passos do pensamento teórico evolucionista de Charles Darwin. O
naturalismo constitui um dos pilares da ciência moderna, sendo alvo de
considerações também de ordem filosófica.
Os romances naturalistas
destacam-se pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem
falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na
época foi considerado até chocante de tão inovador.
Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é um mero
produto da hereditariedade e o seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre
o qual age. Os autores naturalistas criavam narradores oniscientes e
impassíveis para dar apoio à teoria na qual acreditavam. Exploravam temas como
a homossexualidade, o incesto, o desequilíbrio que leva à loucura, criando
personagens que eram dominados pelos seus instintos e desejos, pois viam no
comportamento do ser humano traços da sua natureza animal.
A perspectiva evolucionista
de Charles Darwin inspirava os naturalistas, que acreditavam ser
a Seleção Natural impulsionadora da transformação das espécies.
Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e o natural,
retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem
a personalidade humana.
Os autores naturalistas criavam
narradores oniscientes e impassíveis para dar apoio à teoria na qual
acreditavam. Exploravam temas como a homossexualidade, o incesto, o
desequilíbrio que leva à loucura, criando personagens que eram dominados pelos
seus instintos e desejos, pois viam no comportamento do ser humano traços da
sua natureza animal.
Origem:
O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o escritor que mais se
identificou com ele. O romance experimental (1880) é considerado o manifesto
literário do movimento.
Principais obras: O ventre de Paris (1873) A Taberna (1877) Nana (1880) Germinal (1885)
A obra (1886) A besta humana (1890) A derrocada (1892).
Em 1881 Zola lança sua obra-prima
Germinal. Para escrevê-la, o autor
não se contentou com a pesquisa, foi direto à fonte. Passou dois meses
trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e
bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar com o meio. Sentiu na carne o trabalho
sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema
do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para
escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além
do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros, por isso sua narração é tão
impactante. A força de Germinal causou enorme repercussão, consagrando Émile
Zola como um dos maiores escritores de todos os tempos.
Naturalismo no Brasil
No Brasil, as primeiras obras naturalistas
são publicadas em 1880, sendo influenciadas pela leitura de Émile Zola.
O
principal representante dessa escola no país é o maranhense Aluísio de
Azevedo, que publicou o primeiro romance que melhor representa a
corrente literária do naturalismo brasileiro, O Mulato (1881). Além dessa obra, foi o
responsável pela criação de um dos maiores marcos da literatura brasileira: O
Cortiço.
Pela
primeira vez, a literatura pôs em primeiro plano o pobre, o homossexual, os
negros e os mulatos discriminados.