13/08/14
*Leitura e resumo do texto “Escravidão e servidão” – Página 39 e 40;
Escravidão e servidão (resumo)
O termo trabalho pode
ter nascido do vocábulo latino tripallium, que significa “instrumento de
tortura”, e por muito tempo esteve associado a ideia de atividade penosa e
torturante. Nas sociedades grega e romana era a mão de obra
escrava que garantia a produção suficiente para suprir as necessidades da
população. Existiam outros trabalhadores além dos escravos, como os meeiros, os
artesãos e os camponeses. No entanto, mesmo os trabalhadores livres eram
explorados e oprimidos pelos senhores e proprietários. Estes eram desobrigados
de qualquer atividade, exceto a de discutir os assuntos da cidade e o bem-estar
dos cidadãos. Para que não dependessem do próprio trabalho e pudessem se
dedicar exclusivamente a essa atividade, o trabalho escravo era
fundamental.
A terra era o principal meio de produção, e os
trabalhadores tinham direito a seu usufruto e ocupação, mas nunca à
propriedade. Muitos trabalhavam em regime de servidão, no qual não gozavam de
plena liberdade, mas também não eram escravos. Prevalecia um sistema de deveres
do servo para com o senhor e deste para com aquele.
Além de cultivar as terras a ele destinadas, o
servo era obrigado a trabalhar nas terras do senhor, bem como na construção e
manutenção de estradas e pontes. Essa obrigação se chamava corvéia. Devia
também ao senhor a talha, uma taxa que se pagava sobre tudo o que se produzia
na terra e atingia todas as categorias dependentes.
Outra obrigação devida ao senhor pelo servo eram as
banalidades, pagas pelo uso do moinho, do forno, dos tonéis de cerveja e pelo
fato de, simplesmente, residir na aldeia. Essa obrigação era extensiva aos
camponeses.
Nas cidades, o artesanato tinha uma organização
rígida baseada nas corporações de oficio. No topo da escala dessas corporações,
havia um mestre que controlava o trabalho de todos. Esse mestre encarregava-se
de pagar os direitos ao rei ou ao senhor feudal e de fazer respeitar todos os
compromissos com a corporação. Abaixo dele vinha o oficial, que ocupava uma
posição intermediária entre a do aprendiz e a do mestre. Cabia ao oficial fixar
a jornada de trabalho e a remuneração, sendo também o responsável por
transmitir os ensinamentos do mestre aos aprendizes. O aprendiz, que ficava na
base dessa hierarquia, devia ter entre 12 e 15 anos e era subordinado a um só
mestre. Seu tempo de aprendizado era predeterminado, bem como os seus deveres e
as sanções a que estava sujeito, conforme o estatuto da corporação.
Labor, poiesis e práxis
Os gregos distinguiam
claramente a atividade braçal de quem cultiva a terra, a atividade manual do
artesão e a atividade do cidadão que discute e procura soluções para os
problemas da cidade.
Os gregos utilizavam os termos labor, poiesis e
práxis para expressar suas três
concepções para a ideia de trabalho.
- O labor é
o esforço físico voltado para a sobrevivência do corpo, sendo, portanto,
uma atividade passiva e submissa ao ritmo da natureza. O exemplo mais claro
dessa atividade é o cultivo da terra, pois depende de forças que o ser humano
não pode controlar, como o clima e as estações.
- Poiesis corresponde ao fazer, ao ato de fabricar,
de criar algum produto mediante o uso de um instrumento ou mesmo das próprias
mãos. O produto desse trabalho muitas vezes subsiste à vida de quem o fabrica,
tem um tempo de permanência maior que o de seu produtor. O trabalho do artesão
ou do escultor se enquadraria nessa concepção.
- A práxis é
a atividade que tem a palavra como principal instrumento, isto é,
utiliza o discurso como um meio para encontrar soluções voltadas para o
bem-estar dos cidadãos. É o espaço da política, da vida pública.